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Desenhando o cenário das conferências e do College Football Playoff pós-semana 12

Foto: James Black/Icon Sportswire via Getty Images

A semana 12, realizada entre os dias 12 e 16 de novembro, foi a antepenúltima rodada da temporada regular do College Football. Parece loucura, mas temos apenas mais duas semanas com jogos pra todo mundo. Quando terminar novembro, acabou. Só teremos as finais de conferências, a Bowl Season e o College Football Playoff.

Com a temporada regular chegando ao fim, começa a ficar mais nítido o desenho do que pode vir a ser o primeiro playoff de 12 times a partir de dezembro. As conferências começam a afunilar, com times saindo do páreo e restando cada vez menos opções. E é por isso que resolvemos desenhar os cenários que se apresentam faltando apenas duas semanas para o fim da temporada regular.

Relembrando: como será o playoff em 2024

São 12 times que disputam os playoffs do College Football a partir deste ano. Dessas 12 vagas, 5 irão para os cinco campeões de conferência melhor posicionados no ranking do comitê, independentemente da conferência. As outras 7 vagas serão distribuídas para os sete melhores ranqueados que não forem campeões. Os quatro campeões de conferência de melhor posição no ranking ganham folga automática na primeira rodada e vão direto para as quartas de final. Já o quinto melhor campeão e os sete melhores não-campeões disputam a primeira rodada do playoff na casa do time melhor ranqueado.

No caso de equipes independentes, como Notre Dame, elas necessariamente precisam jogar a primeira rodada, com a melhor posição possível sendo um 5º lugar no ranking final. Isso serve para compensar o fato de que elas não possuem uma final de conferência para disputar na semana 15.

Se a temporada regular terminasse hoje e considerando o ranking da Associated Press pós-semana 12 (o ranking do comitê só sai na terça), teríamos o seguinte chaveamento:

Folgas na 1ª rodada como campeões de conferência: #1 Oregon (melhor campanha da Big Ten), #2 Texas (melhor campanha da SEC), #3 Miami (melhor campanha da ACC) e #4 Boise State (melhor campanha da Mountain West)

1ª rodada dos playoffs:

#5 Ohio State (melhor campanha entre não-campeões) x #12 BYU (melhor campanha da Big 12)
#6 Penn State (2ª melhor campanha entre não-campeões) x #11 Ole Miss (7ª melhor campanha entre não-campeões)
#7 Indiana (3ª melhor campanha entre não-campeões) x #10 Georgia (6ª melhor campanha entre não-campeões)
#8 Notre Dame (4ª melhor campanha entre não-campeões) x #9 Alabama (5ª melhor campanha entre não-campeões)

Nesse cenário, teríamos Boise State folgando na 1ª rodada, já que ela está melhor ranqueada que um possível campeão do Power 4 (BYU). De resto, teríamos basicamente confrontos Big Ten x SEC na rodada inicial, com Notre Dame de intrusa. A linha de corte para vagas at-large, no momento, está no 9º lugar do ranking, com o 2º colocado e os times do 4º ao 9º lugar ocupando as 7 vagas de não-campeões. Apenas a melhor campanha da Big Ten (#1 Oregon) e da SEC (#3 Texas) se classificariam das duas maneiras nesse momento: pela vaga automática da conferência e de maneira at-large.

Cenário individual das conferências

Clemson venceu Pitt de virada no fim em corrida de Cade Klubnik e segue viva na disputa por uma vaga na final da ACC

Atlantic Coast Conference (ACC)

Miami folgou na rodada e viu Clemson suar dobrado para vencer Pitt de virada no final. SMU, por sua vez, teve dificuldades, mas manteve a invencibilidade dentro da ACC após vencer Boston College. Quem saiu da briga foi Louisville, que perdeu de forma surpreendente para Stanford fora de casa e deu adeus às chances de chegar à final. A disputa pelas duas vagas na decisão da ACC nessas duas semanas finais se restringe a SMU, Clemson e Miami.

Clemson já encerrou sua campanha dentro da ACC com campanha 7-1 e faz apenas dois jogos externos que não interferem na disputa por vaga à final. SMU tem campanha 6-0 na conferência e ainda pega Virginia (fora) e California (casa). Miami tem campanha 5-1 na ACC e precisa vencer os dois jogos que faltam: Wake Forest (casa) e Syracuse (fora). Pra chegar à final da ACC:

  • SMU pode até perder um dos dois jogos restantes que chega à final;
  • Miami chega à final se vencer os dois jogos restantes;
  • Clemson precisa de uma derrota de Miami ou duas derrotas de SMU.

Caso ocorram empates duplos ou triplos na liderança, Clemson leva a pior em todos os casos: os Tigers perderam para Louisville, um dos adversários em comum das três equipes, que é um dos principais critérios de desempate após os confrontos diretos (SMU, Miami e Clemson não se enfrentam em 2024 na temporada regular).

É provável que a ACC mande apenas o seu campeão ao playoff, considerando as posições baixas no ranking dos seus três candidatos: no ranking da AP, Miami está em 11º, SMU em 13º e Clemson em 17º.

BYU perdeu a invencibilidade para Kansas e vê a vaga na final da Big 12 ameaçada

Big 12 Conference

Outra conferência que deve mandar apenas o campeão ao playoff, a Big 12 viu dois times saírem do páreo: Kansas State e West Virginia perderam pela terceira vez dentro da conferência e estão de fora da briga pela final. Quatro times seguem vivos: BYU (6-1), Colorado (6-1), Arizona State (5-2) e Iowa State (5-2). A surpresa da semana foi a derrota de BYU para Kansas, o que tirou a invencibilidade dos Cougars e acabou com a gordura que a equipe tinha pra queimar.

Na semana 13, Arizona State e BYU fazem confronto direto decisivo em Tempe que pode definir os rumos da conferência. Caso não ocorram outros upsets e ocorra um empate triplo com campanhas 7-2 dentro da conferência entre BYU, Arizona State e Iowa State, quem vai para a final é Arizona State. O time tem campanha 4-0 contra os adversários em comum das três equipes (UCF, Kansas, Kansas State e Utah), enquanto BYU tem campanha 3-1 e Iowa State tem campanha 1-1 (ainda enfrenta Utah e Kansas State em sequência). Tentando trazer isso pras tabelas:

  • BYU: enfrenta Arizona State (fora) e Houston (casa). Caso vença os dois jogos, está na final. Se perder um jogo, principalmente para Arizona State, passa a depender de derrotas dos seus outros concorrentes diretos. Em praticamente todos os casos em que empatar, sejam entre dois, três ou quatro times, BYU perde nos critérios.
  • Colorado: enfrenta Kansas (fora) e Oklahoma State (casa). Cenário semelhante a BYU: se vencer as duas partidas, está na final. Se perder um dos jogos, a situação complica e dois cenários são possíveis:
  • 1. Caso BYU vença o confronto direto contra Arizona State, haverá empate no 2º lugar entre Colorado e Iowa State. Como os times não se enfrentam em 2024, o critério seguinte são os adversários em comum. Colorado leva vantagem no momento, com 5-1 contra 3-2 de Arizona State. Se Colorado perder para Kansas e Iowa State vencer Kansas State e Utah, os times empatam nesse critério em 5-2 e vão para o critério seguinte: a campanha dentro da conferência dos seus adversários. Esse critério favorece Iowa State, cujos adversários somam 28-35 (44,4% de aproveitamento), enquanto os de Colorado somam 23-40 (36,5% de aproveitamento). Porém, se a derrota de Colorado for para Oklahoma State, que não é um adversário em comum, os Buffaloes ficam com retrospecto 6-1 contra adversários em comum (contra 5-2 de Iowa State) e vão para a final.
  • 2. Caso Arizona State vença o confronto direto contra BYU (e Colorado perca um jogo), haverá empate quádruplo na liderança. Nesse caso, Colorado também não entra, já que teria o pior retrospecto contra os adversários em comum entre os quatro postulantes. Resumindo: é melhor vencer as duas partidas que restam pra não se complicar.
  • Arizona State: enfrenta BYU (casa) e Arizona (fora). Também depende só de si. Se vencer os dois jogos que restam, incluindo BYU, ganha nos demais critérios e está na final. Se perder um dos jogos, está fora.
  • Iowa State: enfrenta Utah (fora) e Kansas State (casa). Se perder qualquer um dos dois jogos, está fora da briga. Se vencer os dois jogos, está na briga, mas só chega à final se empatar com Colorado no 2º lugar ou houver empate quádruplo na liderança. No caso de empatar com Colorado, a situação foi explicada acima. Se houver empate quádruplo, os finalistas seriam Arizona State e Iowa State – os Cyclones ficariam em 2º lugar nos critérios de desempate.
Oregon sofreu, mas derrotou Wisconsin por 16-13 e evitou o upset

Big Ten Conference

A semana 12 foi basicamente sem novidades no topo. Indiana folgou, Ohio State e Penn State derrotaram facilmente as equipes de Northwestern e Purdue. Oregon teve dificuldades para ganhar de Wisconsin fora de casa, mas escapou do upset.

Se por um lado é praticamente certo que a Big Ten terá quatro times no playoff (Oregon, Ohio State, Penn State e Indiana), o cenário para a final ainda está nebuloso. Oregon tem campanha 11-0 e só joga contra Washington na semana 14 para fechar a temporada regular. Indiana divide a liderança da conferência com os Ducks, mas faz duelo decisivo contra Ohio State na semana 13. Penn State apenas observa, com um calendário tranquilo nas semanas finais, mas com chances baixas de chegar à final. Abordando individualmente os times:

  • Oregon: enfrenta Washington (casa) no dia 30 de novembro. Tem o cenário mais simples de todos: se vencer os Huskies, está na final. Mesmo que perca, é altamente improvável que o time saia do top 2: se Ohio State vencer Indiana, teríamos um empate quádruplo na liderança e Oregon ainda assim chegaria à final nos critérios de desempate. Se Indiana vencer Ohio State, ocorreria o cenário mais complicado, com Oregon e Penn State dividindo o 2º lugar. Nesse cenário, o desempate seria com base no retrospecto contra adversários em comum, que nesse cenário também ficaria no empate. Depois disso, fica bem difícil apontar os critérios, mas o provável é que Oregon prevaleça neles. Dito isso, é praticamente impossível Oregon ficar de fora do playoff;

Atualização: a Big Ten confirmou oficialmente, nesta terça-feira (19), que Oregon já está na final da conferência. De tão confusos que são os critérios de desempate das grandes conferências, a Big Ten levou 3 dias pra perceber isso.

  • Ohio State: enfrenta Indiana (casa) e Michigan (casa). Se perder pra Indiana, um abraço. Se vencer, é provável que vá à final, já que os Buckeyes teriam retrospecto 2-0 contra os times empatados, enquanto Indiana e Penn State teriam campanha 0-1 (ambas perdendo pra Ohio State). Se conseguir a proeza de vencer Indiana e perder pra Michigan, teria que torcer por derrotas de Indiana e Penn State na semana 14.
  • Indiana: enfrenta Ohio State (fora) e Purdue (casa). Se vencer Ohio State, estaria com um passo e meio na final, mas ainda poderia perder a vaga na final para Penn State caso consiga perder pra Purdue na semana 14. Caso perca para os Buckeyes, dependeria de derrotas de Ohio State e Penn State na semana final para ainda sonhar com vaga na decisão da conferência, já que perderia nos critérios de desempate para qualquer uma das duas.
  • Penn State: enfrenta Minnesota (fora) e Maryland (casa). Só chega à final em uma hecatombe. Precisa vencer os dois jogos que restam e torcer para que Ohio State vença Indiana, mas perca pra Michigan. Em qualquer outro caso, não chega à final, mas pelo menos a vaga no playoff está garantida.
Georgia venceu duelo decisivo contra Tennessee por 31-17 e embolou a disputa interna da SEC

Southeastern Conference (SEC)

Das conferências do Power 4, a SEC é a com mais times vivos na briga por vagas ao playoff e a que tem o cenário mais nebuloso para a sua final. Com a vitória de Georgia sobre Tennessee, certamente um dos finalistas terá ao menos duas derrotas dentro da SEC. Texas e Texas A&M lideram a tabela de classificação interna com campanha 5-1, mas os times se enfrentam na semana 14. Georgia vem na sequência com campanha interna de 6-2 e encerrou sua campanha dentro da conferência. Depois vem Tennessee, com 5-2, seguida por Alabama e Ole Miss, com campanha 4-2. Missouri e LSU saíram em definitivo da briga neste sábado após perderem para South Carolina e Florida, respectivamente, o que restringe a briga por vaga ao playoff aos seis primeiros colocados.

O cenário mais provável é que até cinco equipes empatem no 2º lugar (os quatro times que já possuem duas derrotas e o perdedor do confronto Texas A&M-Texas). Nesse caso, o primeiro critério de desempate é o confronto direto, mas não há como usar esse critério com cinco equipes empatadas. O critério seguinte seria o desempenho entre os adversários em comum, mas as cinco equipes não compartilham um adversário em comum. Então, seria necessário usar o 3º critério de desempate: a campanha dentro da conferência dos oito adversários internos de cada equipe. Nesse caso, o ranking de dificuldade das campanhas dos seus adversários de SEC no momento é:

  1. Alabama: 29-28 (50,9% de aproveitamento)
  2. Georgia: 23-28 (45,1% de aproveitamento)
  3. Texas A&M: 23-29 (44,2% de aproveitamento)
  4. Texas: 22-31 (41,5% de aproveitamento)
  5. Ole Miss: 22-33 (40% de aproveitamento)
  6. Tennessee: 21-32 (39,6% de aproveitamento)

Ou seja: se houver empate quíntuplo no 2º lugar da SEC, o segundo finalista seria Alabama. Caso Alabama perca um jogo, Georgia emergiria na vice-liderança. Vale lembrar que esse ranking de aproveitamento dos adversários pode variar, já que ainda faltam duas semanas pra terminar a temporada regular. Caso muitas equipes percam, é possível que haja um retorno ao 2º critério de desempate, que seria o desempenho entre adversários em comum dos times empatados.

Isso condiciona os cenários individuais pra quem ainda sonha com vaga na final:

  • Texas: enfrenta Kentucky (casa) e Texas A&M (fora). Se vencer os dois jogos, está na final da SEC. Se perder pra Texas A&M, sobretudo, cai na lista de até cinco equipes com provável campanha 6-2 dividindo o 2º lugar da conferência. A torcida ficaria por um tropeço de Texas A&M contra Auburn e uma improvável derrota de Alabama nas duas semanas finais.
  • Texas A&M: enfrenta Auburn (fora) e Texas (casa). Também estará na final da SEC se vencer os dois jogos que faltam. Se perder pra Texas, cai na mesma situação acima.
  • Georgia: enfrenta UMass (casa) e Georgia Tech (casa). Não joga mais dentro da SEC e precisa de uma derrota de Alabama ou que Texas ou Texas A&M percam mais um jogo.
  • Tennessee: enfrenta UTEP (casa) e Vanderbilt (fora). A vaga na final é praticamente impossível, visto seus adversários terem a pior média de aproveitamento. Teria que vencer Vanderbilt e torcer para algum time que só Tennessee enfrentou vencer seus jogos restantes e incrementar a dificuldade da tabela.
  • Alabama: enfrenta Oklahoma (fora) e Auburn (casa). Em tese, tem o melhor cenário: é só vencer os jogos que restam que o time estará na final.
  • Ole Miss: enfrenta Florida (fora) e Mississippi State (casa). Cenário semelhante ao de Tennessee.

Esse é o debate para definir quem vai à final da SEC. Porém, ainda há o debate sobre as vagas ao playoff, já que a SEC deve mandar vários times at-large. Aqui, dá pra separá-los em algumas categorias:

  • Win and in: Texas, que tem apenas uma derrota na temporada, possui uma pequena gordura pra queimar. Pode até perder para Texas A&M ou a final da SEC que provavelmente entrará no playoff. Georgia, com um calendário razoavelmente fácil até o fim da temporada, mas com poucas chances de chegar à final, também deve entrar. Alabama tem boas chances de chegar à final da SEC e não deve ser deixada de fora.
  • No fio da navalha: Tennessee e Ole Miss têm poucas chances de ir pra final da SEC e precisam provar nas próximas duas últimas semanas que merecem ir ao playoff. Tudo constante, dificilmente as duas entrarão. Alguém vai ficar de fora. E caso Texas A&M resolva aprontar, pode ser que nenhuma das duas entre.
  • Só há um caminho: Texas A&M é a pior ranqueada entre os candidatos remanescentes, mas depende só de si para chegar à final da SEC. Provavelmente só pegará playoff se vencer a conferência, com chances mais remotas se vencer Texas, mas perder a final da SEC.

O caso de Notre Dame

Único programa independente na disputa, os Fighting Irish estão com campanha 9-1 e enfrentam Army (campo neutro) e USC (fora) nas semanas finais. Apesar da boa posição nos rankings, até o momento garantindo vaga no playoff, a equipe terá dois jogos difíceis. Army folgou na semana 12 e virá com um esquema preparado especialmente para dificultar a vida de Notre Dame. Esse tende a ser um jogo fisicamente desgastante para Notre Dame. Caso consiga passar nesse teste, ainda terá que ir à costa oeste para enfrentar uma USC que decepcionou muito em 2024, mas que terá a vantagem de não precisar mais fazer deslocamentos longos nesse ano.

Notre Dame precisa ficar dentro da linha de corte dos times que possuem vagas at-large, que até o momento está no 9º lugar. Pesa contra a equipe a derrota para Northern Illinois na semana 2, disparadamente a pior derrota entre todos os candidatos ao College Football Playoff, e o fato de que times da SEC que estão na bolha pelas vagas finais possuem vitórias melhores. Georgia venceu Tennessee, Tennessee venceu Alabama, Alabama venceu Georgia e Ole Miss também derrotou Georgia. Notre Dame tem no currículo a vitória sobre Texas A&M na semana 1. Caso vença os dois jogos que restam, estará no playoff. Caso perca um dos jogos que restam, seria crucial que Texas A&M conquistasse o título da SEC para incrementar o currículo de Notre Dame. Porém, pode não adiantar.

Boise State de Ashton Jeanty sofreu no início, mas conseguiu arrancar e virou com facilidade o jogo sobre San José State neste sábado (16)

Disputa pela vaga do Group of Five

Na prática, apenas duas conferências do Group of Five ainda têm chance de mandar algum representante ao playoff: a American e a Moutain West. Conference USA e Mid-Amerian Conference (MAC) não possuem postulantes e a Sun Belt viu sua última esperança ir embora com a derrota de Louisiana neste sábado para South Alabama. Vale relembrar: é necessário ser campeão da conferência para poder disputar a vaga. Caso contrário, está fora da disputa.

American Athletic Conference (AAC)

A AAC é a única conferência da 1ª divisão com a sua final já definida. Com a vitória de Tulane sobre Navy, a própria Green Wave garantiu vaga na final e classificou Army por tabela, já que ela também não pode mais ser alcançada. As partidas até a final só servirão para incrementar o resumo: Army pega Notre Dame (campo neutro) e UTSA (casa) (aqui iremos desconsiderar o Army-Navy Game na semana seguinte às finais de conferência, já que não possui validade alguma para o playoff), enquanto Tulane enfrenta Memphis (casa) na semana 14.

Army ainda possui um jogo de muito peso para incrementar seu resumo e derrotar Notre Dame seria crucial para colocar o time de fato na disputa pela vaga do Group of Five. Tulane até tem um desafio relevante contra Memphis, mas possui menos peso. Em qualquer caso, vale a pena fazer a fezinha e torcer para que Boise State perca algum jogo.

Mountain West Conference

Boise State praticamente já está na final. O time tem campanha 6-0 numa conferência que tem apenas 7 jogos internos em 2024 (cada time cedeu um jogo da sua tabela para enfrentar Oregon State ou Washington State) e mesmo que perca um dos jogos restantes, tem vantagem contra UNLV por ter vencido o confronto direto entre as equipes. A única possibilidade de Boise State ficar de fora da final seria se ocorresse um empate triplo na liderança entre Boise State, Colorado State e UNLV. Colorado State também está invicta dentro da conferência e é uma péssima intrusa para UNLV: os Rams não têm chance de playoff, mas têm tudo para pegar a segunda vaga na final da conferência e deixar UNLV fora. E aí não adianta os Rebels estarem ranqueados: sem uma conferência pra vencer… é o fim da linha.

O cenário da conferência pras duas semanas finais é o seguinte:

  • Boise State: enfrenta Wyoming (fora) e Oregon State (casa). Com um confronto bastante fácil na próxima semana, só um desastre tira os Broncos da decisão da Mountain West. A preocupação real da equipe é vencer todos os jogos que restam pra pegar a vaga no playoff e, quem sabe, até mesmo a folga na 1ª rodada.
  • Colorado State: enfrenta Fresno State (fora) e Utah State (casa). Se vencer os dois jogos que restam, também carimba a sua passagem na final da Mountain West. O problema é se perder: caso não haja confronto direto, vai para a final o time melhor ranqueado pelo comitê, e é bem possível que o comitê ranqueie UNLV até a semana 14. Fresno State na semana 13, fora de casa, tende a ser uma pedra no sapato.
  • UNLV: enfrenta San José State (casa) e Nevada (fora). Precisa vencer os dois jogos e torcer por uma derrota de Colorado State. Não há outro cenário.

O caso de Washington State

Os Cougars basicamente deram adeus às chances de playoff após perderem fora de casa para New Mexico neste sábado (16). Com a derrota, o time foi pra 8-2 na temporada. Washington State só pode disputar vaga at-large no playoff, já que a Pac-12 não tem número suficiente de integrantes para que seu campeão dispute uma vaga como campeão de conferência. As chances já eram bem pequenas antes da semana 12, mas a derrota para New Mexico praticamente encerra o sonho.

O cenário das demais conferências do Group of Five

Aqui vale só pra curiosidade mesmo, já que elas não têm chances de mandar um time pro playoff.

Na Conference USA, Jacksonville State lidera, mas enfrenta justamente o 2º e o 3º colocado nas semanas finais: Sam Houston e Western Kentucky. Se vencer Sam Houston, já está na final. Estes times, por sua vez, enfrentam Liberty, que está no 4º lugar. As duas vagas na final estão entre esses quatro times que se enfrentam diretamente.

Na MAC, Miami (OH), Ohio e Bowling Green dividem a liderança. Bowling Green e Miami (OH) fazem confronto direto na semana 14, enquanto Ohio tem um desafio complicado fora de casa contra Toledo. Se Ohio perder um jogo, a MAC vira o mesmo cenário da SEC, com vários times empatados com duas derrotas no 2º lugar. Western Michigan, Buffalo e Toledo estão à espreita.

Na Sun Belt, a única conferência da 1ª divisão que ainda tem divisões, Marshall lidera a divisão leste e Louisiana lidera a divisão oeste. No leste, os postulantes à final são Marshall, com Georgia Southern e James Madison logo na sequência. James Madison recebe Marshall na semana 14 em duelo tendencialmente decisivo. É possível que ocorra um empate triplo. No oeste, Louisiana disputa a liderança contra Texas State, Arkansas State e South Alabama. Louisiana, em tese, tem dois jogos fáceis nas semanas finais contra Troy e Louisiana-Monroe. Texas State e South Alabama se enfrentam na semana 14, então o máximo que poderia ocorrer seria um empate triplo na liderança entre Louisiana, Arkansas State e o vencedor de South Alabama-Texas State.

Já as demais equipes independentes estão com seus cenários selados: com campanha 7-3, UConn já garantiu vaga na Bowl Season e encerra o ano jogando fora de casa contra Syracuse e UMass. Já UMass tem campanha 2-8 (e ambas as vitórias vieram contra times da 2ª divisão), está fora da Bowl Season e encerra o ano jogando fora de casa contra Georgia e recebendo UConn.

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Sobre o autor
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Felipe Michalski
Jornalista formado pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Fundador do College Football Brasil em 2014 e desde 2021 membro do CollegeCast - podcast sobre futebol americano universitário.

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